Conforme previsto, os “heróis e heroínas de além mar”, depois de “terem sido vítimas de violentas agressões por parte do inimigo, sujeitas a condições desumanas em jaulas como animais, infestadas de percevejos e sob privação de alimentos e de água”, regressaram para os “braços das suas mães” com um feliz sorriso estampado no rosto, trajando de branco cálido e fresco, símbolo de paz, após uma árdua missão de espalhafato para que o mediterrâneo se transformasse numa corrente de lágrimas que desagua nos telejornais e nas manchetes da imprensa internacional.
Missão cumprida com sucesso, mesmo que de porões vazios de ajuda humanitária, baixa-se o pano da comédia e regressa-se aos assuntos sérios…
Quem acredita nos planos de paz de Trump para o Medio Oriente, provavelmente deverá, acreditar, também, que nos EUA se vivem momentos de paz…, nada de armas e sangue nas ruas, certo?
E sério mesmo, são as crianças e população civil em geral, que por mais que de paz se fale nas poltronas do poder psicopático dominante, as suas vidas continuam a valer zero para estes senhores da guerra, encurraladas entre o sabre dos terroristas e as balas dos vingadores, bem longe da ajuda humanitária amplamente promovida nas campanhas marítimas da trupe caviar.
Até parece que aquilo que se passa na Ucrânia, bem mais fácil de resolver que aquilo que se passa no Medio Oriente, não é suficiente para despertar consciências para a realidade e, de uma vez por todas, a comunidade internacional, pelo menos a ala ainda considerada civilizada, tomar consciência que quanto mais a palavra “paz” é proferida em terras longínquas de Mac Donalds, mais guerra sobrevem e mais duradoura se torna.
O Prémio Nobel está quase garantido para um dos Senhores das Armas, mas a confirmar-se, será apenas uma passagem, pois, objetivo alcançado, venha de lá mais guerra, porque essa é que é um bom investimento, dá lucro aos magnatas do comércio internacional, não fosse exemplo disso, o mais descarado de todos, os avultados lucros da Gasprom, o maior financiador das bombas que caem sobre a população civil ucraniana (12,45 mil milhões de Euros em 2024).
Ucrânia, Iémen, Congo e outros país onde milhares de inocentes são literalmente chacinados por essas marcas de renome internacional, também, têm costa marítima onde as flotilhas podem aportar. Porém, parece que tais embarcações da Cyber Neptune desconhecem as respetivas rotas, talvez porque os seus instrumentos de navegação já venham pré programados como ponto de partida e ponto de chegada os mais de 400 km de túneis de Gaza.
E já agora, neste contexto geopolítico, será de perguntar e a Europa, onde fica e o que por lá acontece neste momento que nada se vê de concreto… será que ainda estão a discutir entre corredores viciados de lóbis e interesses as próximas inofensivas e ridículas sanções à Rússia, enquanto cantam “anda comigo ver os aviões…”e drones russos a passarem sobre as suas cabeças, até que um dia um deles lhes caia encima para depois tomarem uma medida drástica e dura, do tipo, “condenar por unanimidade”?
E nada como terminar a crónica de mais um dia anunciado, com um pré-anuncio de há muito tempo, a condecoração de mais um terrorista, desta feita Ramzan Kadyrov, cooperante na chacina de mais de 12 000 cidadãos inocentes, de entre os quais perto de 700 crianças… quem sabe, com os exemplos dos últimos dias, o terrorismo passa a ser um investimento ainda mais compensador que a guerra, o gás, ou o petróleo…
Pedro Ferreira © 2025
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