quinta-feira, 27 de julho de 2023

SEMPRE O AMANHÃ

Mesmo que não se verbalize, pede-se atenção para as coisas da alma.

Entre o acanhamento e o descaramento existe uma linha muito ténue que se ultrapassa frequentemente, passos largos em terreno incerto, pois nem o acanhamento tranquiliza, nem o descaramento apazigua.

As almas pesadas esperam durante o dia pelo leito onde à noite depositarão os seus corpos cansados de momentos acumulados, mas não vividos, num somatório estéril que na penumbra apaga a luz.

Chegadas a esta fronteira, entre o dia e a noite, as questões não se colocam, porque a resposta ainda dorme, e por teimosia não despertará ao alvorecer, enquanto por vós novo dia acontecerá, novos momentos vos esperarão, e ainda não se darão conta que é só mais uma vez a vida a oferecer-vos um novo caminho sem dúvidas ou incertezas.

Amanhã, sempre o amanhã! Que o amanhã não se canse!



Pedro Ferreira © 2017
(Todos os Direitos Reservados)

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