Faz onze anos que escrevi esta convicção:
“Na escala de valores do Amor, quem agora crê já ter atingido o topo, mais adiante descobre que ainda nem a meio chegou.”
E que agora reforço, com recurso a outra semântica:
Este tema, o mais badalado, o amor, que se expressa de
tantas formas e se escreve de outras tantas, mas que a mim me parece, na
atualidade, resumir-se ao fato de, simplesmente, ser o sentimento mais desejado
e o menos praticado;
Digo-o, porque o abraçar a vida trouxe-me grandes
descobertas ao longo dos anos, nomeadamente nos últimos três, mostrando-me que
existem demasiadas pessoas a dizerem que são muito amadas quando nem sequer se
deram conta que de amor não se trata e outras tantas a dizerem que muito amam
quando nem sequer têm a capacidade de amar.
Experiência de vida e muita proximidade com a diversidade de
comportamentos humanos, permite-me, sem qualquer base científica, claro está,
acreditar que poderemos subdividir este tema da seguinte forma:
- a total incapacidade de amar, inerente aos transtornos de
personalidade, infelizmente em forte crescendo, inclusive uma característica
cada vez mais apelativa para cargos de liderança (CEO – “Capacidade Emocional
Omissa”);
- a residual capacidade de amar, fruto de mentes
condicionadas por múltiplos receios e traumas, que as bloqueia emocionalmente,
condicionando qualquer iniciativa no sentido da entrega por amor e, ao mesmo
tempo, causando resistência à receção e interpretação de atos de amor;
- a ligeira capacidade de amar, fruto da acelerada vida quotidiana,
onde não existe tempo nem espaço para amar, o que não anula totalmente a
capacidade de o fazerem, empurrando esta enorme massa humana para um modo de
vida parco em afetos priorizando a competitividade por via duma atitude
estritamente racional perante a vida;
- a dificuldade de desenvolver essa capacidade, porque por
mais que se queira amar, à falta de recetores a vida de quem decidiu amar torna-se
um desafio constante, tantas vezes, agonizante e de consequências, por vezes,
traumáticas, numa espécie de sufoco sentimental;
- e a total capacidade para amar, fazendo jus àquilo que acredito ser o nosso único propósito de vida, aquela que não pondera sequer todas as outras limitadas capacidades e incapacidades, simplesmente ama sem olhar a quem, pois são mentes – raríssimas, é certo – que já conseguiram atingir um patamar emocional suficientemente elevado para entenderem o amor como um sentimento que se tem e se dá, sendo que se todas as pessoas derem, todas as pessoas recebem. Simples!
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