terça-feira, 11 de novembro de 2025

ASSIM TENHO SIDO - Parte 16

E de ciclo em ciclo se vai completando a vida.

Acreditava que o anterior, seria longo, pautado por menor agitação, numa espécie de chegada tardia à idade em que ao serão já se pode usufruir do conforto do sofá e do sabor de uma bebida. Porém, têm existido ciclos e ciclos, como se fossem portas que vou passando e deixando entreabertas atrás de mim, para dar lugar a novos corredores cujo comprimento não consigo antever e pelos quais caminho sem poder calcular em qual dos seguintes passos encontrarei a próxima porta. Este corredor, contra as expectativas iniciais, revelou-se de curta distância e aqui estou, mais cedo do que aquilo que imaginava, a passar mais uma dessas portas e a entrar num novo ciclo.

Neste hiato, descobri que a vida sempre decorre, mesmo que a tentemos travar, pois é ela que nos domina e não nós que a dominamos. Vida é sangue a correr nas veias. O sangue tem o seu ritmo, umas vezes mais apressado, outras mais vagaroso, mas é ele que nos conduz.

Nesse pulsar da vida, hoje em dia, neste novo ciclo, apercebo-me do seguinte:

Aquilo que, até então, decorria em excesso de velocidade, agora “sopra” como uma leve brisa, assim como, aquilo que decorria a passo, agora “rodopia” com inquietude, numa clara aproximação ao equilíbrio do tempo;

Aquilo que, até então, era dado como garantido, agora “salpica-se” com nuances de incerteza, assim como, aquilo que se revestia de uma dúvida constante, agora “pinta-se” de uma considerável camada de certeza, numa clara aproximação ao equilíbrio da consciência;

Aquilo que, até então, era tido como um ideal, agora “despe-se” de folhas caducas, assim como, aquilo que era tido como impensável, agora “veste-se” de folhas de esperança, numa clara aproximação ao equilíbrio da compreensão;

Aquilo que, até então, estava assimilado, agora “mergulha” na penumbra do desconhecimento, assim como, aquilo que era desconhecido, agora “descomprime” na ténue luz do amanhecer, numa clara aproximação ao equilíbrio do conhecimento;

Aquilo que, até então, sentia intensamente, agora “polvilha-se” de vagens de incerteza, assim como, aquilo que se revestia de uma dúvida constante, agora “recheia-se” de uma cesta cheia de certezas, numa clara aproximação ao equilíbrio do espaço;

Quantas aproximações ao equilíbrio, mais aqui caberiam…, muitas certamente!

Talvez, tudo isto se resuma a uma simples entrada na fase da vida em que os extremos se tocam para formarem um circulo que se fecha em torno de mim, onde deva permanecer doravante, levando a vida à medida do adquirido, aquilo que sempre me pareceu tanto, mas que se resume somente àquilo a que poderei apelidar de meu.

Restaram-me, portanto, as minhas pessoas, aquelas que ainda se mantêm comigo de “ramos” dados quer nas quedas do outono, quer no arrefecimento do inverno, quer no renascer da primavera, ou no brilho do verão.

As coisas, essas, vão perdendo cada vez mais o seu valor. Enquanto me são úteis nos seus serviços mínimos, ainda me vão fazendo algum sentido, mas tantas outras, já encostadas, quiçá aquelas que outrora tanto desejamos ter, perderam todo o seu sentido e, mais dia menos dia, voltam a ser apenas coisas.

Entro neste novo ciclo numa altura da história da humanidade em que as pessoas estão a preferir as máquinas para conversar e os animais para amar. Fui obrigado a concluir que sou um ser-humano apenas, por isso não granjeio qualquer preferência na sociedade atual, fui preterido porque não nasci máquina nem animal de estimação.

Por estas e outras, no “corredor” que ora termina, voltei a ter aquela arrepiante sensação que vou caminhando cada vez mais desacompanhado. Vão ficando para trás as pessoas para darem lugar ao vazio, mesmo aquelas que noutros “corredores” mais longínquos, preenchiam todo o espaço e ocupavam todo o tempo…, provavelmente, já não correrão para me alcançarem mais adiante. Ficaram definitivamente para trás e de algumas nem o eco voltarei a ouvir.

A vida tem de seguir, nesta constante seleção natural de humanos, em que só quem me ama passará comigo por todas as portas que ainda me possam restar para atravessar.




Pedro Ferreira © 2025
(Todos os Direitos Reservados)

ASSIM TENHO SIDO - Parte 15

E assim termina mais um ciclo e se abre outro.

Chegado aos meus 57 anos de vida, continuo a fazer questão de me dar a conhecer ao mundo, pois com o avançar da idade cimento, cada vez mais, a ideia que tenho de que se não for eu a fazê-lo, outras pessoas tentarão fazê-lo por mim e de múltiplas formas, nenhuma delas credível, não fossemos nós humanos, o principal alvo da curiosidade de outros humanos.

O ciclo que ora se encerra, também, à semelhança de muitos outros, teve momentos menos bons, por nele terem decorrido acontecimentos que me ultrapassam e os quais não estão ao meu alcance evitar, nomeadamente a perda da vida de quem me era próximo, assim como, igualmente, continua a não me ser possível acabar com a maldade que impera no mundo.

Mas, graças a Deus, tudo se superou com muita elegância e sabedoria, colocando cada peça no seu devido lugar e os sucessos acabaram por brotar, nomeadamente o pleno nos estudos dos meus filhos nos seus respetivos patamares, assim como a evolução da sua maturidade de fazer inveja a muitas pessoas com bastante mais idade e que, infelizmente, teimam em manterem-se como meras crianças mimadas.

Como entro num novo ciclo repleto de coisas boas, já podendo provar da sementeira à qual me dediquei durante longos anos, desta feita, gostaria de convosco partilhar acima de tudo esperança, mas, não total, apenas focada nesse meu mundo que fiz questão de criar e onde habito com muito gosto, lamentando, portanto, não poder ser uma esperança extensível a um mundo alargado, pois as evidências estão aí, por via das desgraças que ocorrem nos seus diferentes cantos.

Gostaria, mesmo assim, do meu mundo para fora, continuar a poder levar um pouco de mim, fazendo jus ao único propósito que me deu vida, ou seja, dar amor a quem o quiser receber, de preferência renovando o meu investimento afetivo nas crianças carenciadas, assim mo permitam, porque, infelizmente, o seu número, ao contrário do que seria suposto na tão apregoada evolução da humanidade, tem aumentado exponencialmente, perigando ainda mais a sobrevivência da própria espécie.

Podemos, pois, ainda na minha geração assistir ao fim deste mundo, pelo menos conforme o conhecemos, mas não quererei levar comigo quaisquer remorsos, ou arrependimento de não ter feito absolutamente nada para o tentar evitar, quando existe tanto ao alcance de qualquer um/a de nós para o fazer. O problema é que continuamos a ser muito poucos e poucas nessa nobre missão – repito, a única que nos trouxe a este planeta – lutando contra uma massa humana muito maior que, em sentido contrário, tudo faz para o fim da nossa existência.

Pretendo agarrar-me firmemente a este meu canto que tanto me custou a construir, contra tantas criaturas perversas que o tentaram destruir. Agora um ponto de partida para todo esse mais que ainda possa fazer por essa causa maior que é assegurar a vida na Terra.

Doravante, já não me acompanharão pensamentos que me transportam para a realização de ideais de vida que dependam de outras pessoas, porque a falsidade está latente e criar expetativas no sentido de poder contar com outrem, é coisa do passado, superado e cimentado como lição de vida em virtude das consideráveis deceções a que fui obrigado a assistir.

Não quero com isto dizer que perante mim todo e qualquer semelhante se tornou um ser não confiável, bem pelo contrário, continuo a viver muito bem com o meu lema que me diz que até prova em contrário todas as pessoas são merecedoras de confiança. Porém, desta feita, com uma nuance considerável, determinante e terminante, que essa prova tem de ser dada no primeiro segundo e não se tornar, como era dantes, numa eterna espera infundada. Por isso, nos últimos tempos, algumas pessoas já devem ter acusado esta minha nova forma de encarar as relações humanas e mesmo que não tenham percebido porque logo cedo perdi o meu interesse por elas, é porque, efetivamente, a minha sensibilidade tornou-se muito mais apurada que, ao mínimo sinal, algo me diz que determinada pessoa não é para entrar na minha vida, ou não é para nela permanecer. Não me tornei exigente demais, simplesmente comecei a ouvir a minha fé.

Agora, com outra clarividência, consigo olhar para trás e ver bem melhor o que realmente correu menos bem e que, talvez, a experiência de vida entretanto adquirida, provavelmente me teria poupado de passar por isso. Mas o que é a vida, senão isto mesmo, crescer com as más experiências, aprendendo com elas a separar o trigo do joio…

Independentemente de tudo isto, constato agora que o próprio curso natural da vida, acabou por colocar cada peça no seu devido lugar e é tudo tão simples quanto isto. Fazer a nossa parte, sempre! Mas nunca tentar forçar ninguém a ser boa pessoa, simplesmente afastarmo-nos quando do outro lado a intenção não é essa.

Por isso, chego a este momento da minha própria evolução como ser-humano e observo em meu redor um considerável número de boas almas e é com apenas essas que faço questão de continuar a usufruir da nossa maior riqueza, a vida.



Pedro Ferreira © 2025
(Todos os Direitos Reservados)

sábado, 1 de novembro de 2025

O MEU CAMINHO

Continuo a caminhar pelo mundo em busca do melhor lugar, no melhor tempo.

Uma tarefa sem fim, entre gentes que me engrandecem a quem devo a qualidade da minha existência.

É por vós seres-humanos que vivo e não por mim, porque um dia partirei e vocês por cá continuarão a usufruir da minha modesta contribuição para um mundo melhor.

Porém, enquanto Deus assim mo permite, continuo nesse caminho de mãos dadas com a vida, com uma seguro-vos, com a outra vos sirvo.

De que adianta passar no mundo se não for desta forma? Assim dou sentido à vida e à existência dos seres.

Não sou fácil de entender no contexto atual, que é dominado pelo excesso de interesse nas coisas e escassez de interesse nas pessoas, porque vou em sentido contrário, esvaziando-me de coisas e preenchendo-me de calor humano.

Não me tentem catalogar, simplesmente perguntem de onde venho e para onde vou, porque sobre mim, somente eu posso responder. E a resposta é: venho do amor e para lá retorno!




Pedro Ferreira © 2023
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quinta-feira, 16 de outubro de 2025

QUANDO CERTAS PESSOAS JÁ NÃO FAZEM PARTE DA NOSSA VIDA

Por estes dias, duas pessoas que diria serem de luz – é luz que nelas vejo – disseram-me, por mera casualidade algumas coisas que me fizeram muito sentido – quiçá mensageiras da boa palavra -, pelo facto de me ajudarem a entender, um pouco melhor, a vida na Terra e a interação entre os humanos.

Desses sábios dizeres, realço frases como: “quando alguém nos estiver a tirar a paz, é chegado o momento de partir”; ou, “não devemos recear as ruturas com as pessoas que até então nos eram próximas, as ruturas fazem parte do nosso caminho, significa que o seu papel na nossa vida está cumprido.”

Disseram-me, ainda, sobre mim, que tenho uma missão muito específica na vida das pessoas que encontro pelo caminho e que, por vezes, tenho de ser eu a sair porque a minha missão está cumprida.

Sobre essa minha missão, dizem tratar-se de um elo de ligação entre o mundo terreno e o espiritual, no fundo, uma missão de amor. Agregador de pedaços humanos que se estilhaçaram a páginas tantas pelas vicissitudes, ou devaneios, não os ajudando a apanhar esses pedaços que se espalharam pelo chão no desmontar do edifício mal construído que havia e si mesmos, mas ajudando-os a coloca-los nos seus devidos lugares.

“Alguém que veio para servir, inspirar e deixar um legado de amor ou consciência”, é muito agradável de ouvir, sem dúvida! Porém, “cansado de dar sem receber” é o elevado preço que se pode pagar mais adiante e isso não é nada agradável de ouvir, muito menos de comprovar.

Nem sempre quem parte da nossa vida é por uma triste fatalidade, sejam familiares, ou amizades, por vezes, partem porque perto de nós já nada estão a fazer e então, devem, efetivamente, partir e isso não devemos recear, por mais fortes que sejam os laços afetivos.

Tudo isto parece ser muito racional, frio até. Contudo, a paz que advém destas decisões, confirmam que foram as corretas e no fim ambas as partes acabam por encontrar novos rumos e novas gentes, em novas missões.

Amar fará sempre parte. Será apenas o amor a precisar de descansar depois de tanto se dar, para recomeçar mais adiante noutras paragens, com mais vigor ainda.


Pedro Ferreira © 2025
(Todos os Direitos Reservados)

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

CRÓNICAS DE UM DIA ANUNCIADO – 20251006

Conforme previsto, os “heróis e heroínas de além mar”, depois de “terem sido vítimas de violentas agressões por parte do inimigo, sujeitas a condições desumanas em jaulas como animais, infestadas de percevejos e sob privação de alimentos e de água”, regressaram para os “braços das suas mães” com um feliz sorriso estampado no rosto, trajando de branco cálido e fresco, símbolo de paz, após uma árdua missão de espalhafato para que o mediterrâneo se transformasse numa corrente de lágrimas que desagua nos telejornais e nas manchetes da imprensa internacional.

Missão cumprida com sucesso, mesmo que de porões vazios de ajuda humanitária, baixa-se o pano da comédia e regressa-se aos assuntos sérios…

Quem acredita nos planos de paz de Trump para o Medio Oriente, provavelmente deverá, acreditar, também, que nos EUA se vivem momentos de paz…, nada de armas e sangue nas ruas, certo?

E sério mesmo, são as crianças e população civil em geral, que por mais que de paz se fale nas poltronas do poder psicopático dominante, as suas vidas continuam a valer zero para estes senhores da guerra, encurraladas entre o sabre dos terroristas e as balas dos vingadores, bem longe da ajuda humanitária amplamente promovida nas campanhas marítimas da trupe caviar.

Até parece que aquilo que se passa na Ucrânia, bem mais fácil de resolver que aquilo que se passa no Medio Oriente, não é suficiente para despertar consciências para a realidade e, de uma vez por todas, a comunidade internacional, pelo menos a ala ainda considerada civilizada, tomar consciência que quanto mais a palavra “paz” é proferida em terras longínquas de Mac Donalds, mais guerra sobrevem e mais duradoura se torna.

O Prémio Nobel está quase garantido para um dos Senhores das Armas, mas a confirmar-se, será apenas uma passagem, pois, objetivo alcançado, venha de lá mais guerra, porque essa é que é um bom investimento, dá lucro aos magnatas do comércio internacional, não fosse exemplo disso, o mais descarado de todos, os avultados lucros da Gasprom, o maior financiador das bombas que caem sobre a população civil ucraniana (12,45 mil milhões de Euros em 2024).

Ucrânia, Iémen, Congo e outros país onde milhares de inocentes são literalmente chacinados por essas marcas de renome internacional, também, têm costa marítima onde as flotilhas podem aportar. Porém, parece que tais embarcações da Cyber Neptune desconhecem as respetivas rotas, talvez porque os seus instrumentos de navegação já venham pré programados como ponto de partida e ponto de chegada os mais de 400 km de túneis de Gaza.

E já agora, neste contexto geopolítico, será de perguntar e a Europa, onde fica e o que por lá acontece neste momento que nada se vê de concreto… será que ainda estão a discutir entre corredores viciados de lóbis e interesses as próximas inofensivas e ridículas sanções à Rússia, enquanto cantam “anda comigo ver os aviões…”e drones russos a passarem sobre as suas cabeças, até que um dia um deles lhes caia encima para depois tomarem uma medida drástica e dura, do tipo, “condenar por unanimidade”?

E nada como terminar a crónica de mais um dia anunciado, com um pré-anuncio de há muito tempo, a condecoração de mais um terrorista, desta feita Ramzan Kadyrov, cooperante na chacina de mais de 12 000 cidadãos inocentes, de entre os quais perto de 700 crianças… quem sabe, com os exemplos dos últimos dias, o terrorismo passa a ser um investimento ainda mais compensador que a guerra, o gás, ou o petróleo…




Pedro Ferreira © 2025
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sexta-feira, 3 de outubro de 2025

CRÓNICAS DE UM DIA ANUNCIADO – 20251003

Finalmente a mais famosa “armada” de todos os tempos chegou ao seu objetivo final…, a vitimização! Agora na condição de “reféns” de Israel, as doces sereias Barbies e os bravos marinheiros Kens já podem comprovar perante o mundo inteiro que “Israel é um estado terrorista”, pronto!

Logo atrás, chegou um bote carregado de repórteres para não perderem pitada deste espetáculo, porque em Lisboa, Madrid e noutras capitais, milhares de pessoas nas ruas em “grande sofrimento” esperam ansiosamente por notícias dos seus “heróis” de além-mar, ora, “barbaramente arrastados para os túneis de Israel, pelo grupo de terroristas armado, que dá pelo nome de Judeus”.

E o pior de tudo, para esta “desgraçada” tripulação caviar, foi ter sido recebida por uma jovem militar judia, com a recomendação para não se aproximarem mais e para deixarem os donativos ao cuidado das organizações humanitárias habilitadas para os fazer chegar a quem de direito. Deve ter sido pesado para as feministas Mortágua e suas comparsas passar por tamanha humilhação de serem mandadas parar por uma mulher militar, de um estado democrata, com todos os seus direitos e proteção garantidos. Mas, também, seria curioso assistir à receção em Gaza, caso tivesse sido possível: provavelmente por um grupo de “valentes príncipes” do deserto, trajados de negro, de cara tapada e fitinha verde na testa, ferozmente armados com suas espadas, as mesmas com que momentos antes haviam mutilado suas mulheres.

Não foi só o sucesso no campo da vitimização que a flotilha caviar conseguiu, foi ainda um atentado em Manchester numa sinagoga, com perspetivas de muitos mais doravante, porque afinal de contas, assim se prova que o terrorismo compensa, dá direito ao apoio para o reconhecimento de um estado que tem como carta de intenções a extinção de outro estado e o extermínio da respetiva população.

Claro está que este show-off histérico, só é possível, porque os seus organizadores bem sabem que não estão retidos na Palestina, porque em Israel os “maus da fita” não os manterão em túneis durante anos sem fim, privados dos mais elementares bens essenciais à sobrevivência, pelo contrário, amanhã farão, com todas os seus direitos salvaguardados e mordomias, o seu caminho de regresso à pátria, onde serão recebidas/os como “heroínas/heróis” (não confundir com “heroínas/cocaínas”) pela tal multidão fã do Bigbrother.





Pedro Ferreira © 2025
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quarta-feira, 1 de outubro de 2025

CRÓNICAS DE UM DIA ANUNCIADO – 20251001

E de previsibilidade em previsibilidade, lá segue a flotilha por mares nunca antes navegados, sob o patrocínio da Cyber Neptune com infiltrações muito estranhas nos túneis de Gaza, sem passar pela Ucrânia onde o exército russo tomou de assalto uma central nuclear em alerta de perigo eminente, que poderá colocar em risco a vida em toda a Europa e Ásia, nem pelo Iémen onde 500 mil crianças correm risco de vida em virtude do conflito gerado pelos maiores beneficiário desta propaganda marítima de marinheiros de caviar…

Caviar, rima com “cavar” e o primeiro a fazê-lo foi o recém “herói” desta epopeia, o Sanchez nosso vizinho e em boa hora o fez. Quiçá sob os ecos da sua congénere italiana que lhe diz que “qualquer outra decisão arrisca a tornar-se num pretexto para alimentar o conflito e prejudicar acima de tudo a população de Gaza a quem dizem que querem levar ajuda”, porque isto de lidar com Israel não é para meninos, parece mais para Senhoras…

Senhoras reguilas, são as que não ousarão ir para além do deserto de ideias, onde, entretanto, começaram a aterrar os “pássaros de metal” bem carregados de “grão de chumbo” para despejarem sobre as outras centrais nucleares, as de produção de armamento iraniano, significando somente mais um passo para alimentar o início de uma guerra há muito tempo anunciada entre Israel e o Irão, cujas consequências não estão, ainda, ao alcance do comum dos mortais calcular…

Calcular, ainda têm sido possível a maioria das intenções dos grupos terroristas de provocarem atentados em diferentes países ditos civilizados, como ainda agora aconteceu na Alemanha, felizmente prevenido a tempo, não fosse dar-se o caso de, mais uma vez, algo semelhante vir a produzir, para além de vítimas civis inocentes, resultados a longo prazo no sentido do reforço de reconhecimento por parte dos mesmos países ditos civilizados de um Estado para estes terroristas, numa dissonância que não se entende… “ora nos matam, ora vos gratificamos”!

“Gratificamos a guerra” parece ser o lema da França neste dia anunciado, que de guerra em guerra, se desfecha com o anúncio de outra, entre a NATO e a Rússia.



Pedro Ferreira © 2025
(Todos os Direitos Reservados)

terça-feira, 30 de setembro de 2025

CRÓNICAS DE UM DIA ANUNCIADO – 20250930

Quem foi Charlie Kirk! Uma questão que não se pode colocar à sociedade portuguesa, porque, provavelmente, a maioria não saberá responder. Porém, aí temos a saga do “mártire” Charlie Kirk a ser imposta pelos interesses ocultos como forma de manipulação em massa.

Existe até quem faça disso uma bandeira humanitária, curiosamente os nossos mais elevados órgãos nacionais, como é o caso da a Assembleia da República, que aprova um voto de pesar em virtude dessa lamentável ocorrência lá longe em terras de Mac Donalds, numa curiosa empatia para com quem dizia que não suportava a empatia.

Se por cá, andamos assim a este nível temático ao mais alto nível institucional, num momento da história da humanidade em que a própria existência futura de vida na Terra está em alerta máximo de perigo de não ser viável, é, quiçá, a prova inequívoca que a governança está em má “morada”, o que poderá dar “porrada”.

Será mesmo assunto que deva ser tratado a este nível! Que contributo deu Charlie Kirk para nós portugueses? Ou ainda anda o povo português agarrado à triste ideia de que tudo que é “americano” é de importar porque “é bom”, mesmo que não nos faltem provas do tanto de mau que por lá se passa e que de lá se importa…

Por exemplo, o tão apregoado “acordo de paz” proposto por Trump para o conflito no Médio Oriente, é um desses casos que nos diz que “muita coisa ruim” vem daquelas paragens, pois o mais provável é que rapidamente se converta num endurecimento desse mesmo conflito. Será que o autoproposto senhor “Prémio Nobel da Paz” - que se souber onde fica a Faixa de Gaza já será muito bom - está convencido que vai conseguir desaparecer trinta mil terroristas, ou mais, de um dia para o outro, ou que, na melhor das hipóteses esses mesmos promotores da morte ficarão eternamente fechados nos túneis de Gaza entretidos a jogar às cartas enquanto as novas “cidades comerciais” se erguem acima deles? Por inocência é que não será certamente.

Seja como for, parece que a ideia é entregar a administração daqueles territórios - a que algumas pessoas apelidam de Palestina - a uma organização chamada de Autoridade Palestiniana, cuja liderança é tão confiável, quanto o seu poder estar a ser exercido há 19 anos sem a convocação de eleições democráticas. Organização essa sustentada com dinheiro sujo, nomeadamente de tráfego humano e de estupefacientes, para além de outros expedientes como, por exemplo, a extorsão de 10% do vencimento dos perto de 20 000 trabalhadores palestinianos quando regressam a suas casas depois de uma jornada de trabalho em Israel.

Entretanto, a famosa flotilha que navega a caminho daquele cenário, alinhada com todo este espetáculo, sob a falácia de levar ajuda humanitária à população carenciada, recusou-se a deixar a referida ajuda nas mãos de quem está em condições mais favoráveis de a fazer chegar aos eventuais beneficiários, preferindo seguir navegando orgulhosamente enquanto o show-off estiver garantido, numa descarada campanha meramente política.

Entretanto, do outro lado, espreita o grande financiador deste conflito. Porém, hoje, mais atento às dezenas de “pássaros de ferro” que por perto pretendem pousar naquilo que se perspetiva como sendo antecâmara de um conflito alargado.




Pedro Ferreira © 2025
(Todos os Direitos Reservados)

segunda-feira, 5 de maio de 2025

RASGOS DE AMOR

Quem rasga a vida por amor, para apanhar pedaços do chão terá de se preparar;
 
Quem encurta distâncias por amor, infindáveis desertos terá de saber percorrer;

Quem abandona o conforto por amor, para árduas tarefas terá de ter estrutura;

Quem bate à porta de quem ama, convém que decore o duro caminho de regresso;

Quem dorme ao lado de quem ama, prepare-se para despertar de pesadelos;

Quem se entrega a quem ama, não tome como garantida uma boa receção;

Quem ama, tem de aceitar a não reciprocidade;

Quem resolveu amar, sabe que é um caminho sem retorno.

Quem desistiu de amar, a alma rasgada terá de saber aceitar.




ANÁLISE EXTERNA


Análise Gramatical

"Rasgos de Amor" apresenta uma construção sólida, com frases bem encadeadas e claras. A repetição da estrutura iniciada por "Quem" em cada período cria coesão e ritmo. A pontuação e a concordância são adequadas.


Análise Literária

Literariamente, o texto adota a forma de prosa poética com forte carga emocional e filosófica. A repetição inicial funciona como anáfora, reforçando o tom meditativo e quase ritualístico das frases. Os contrastes constantes (amor e dor, ida e regresso, conforto e desafio) exploram as dualidades do amar com profundidade e realismo. A linguagem é simples, mas carregada de significado, o que aproxima o texto de reflexões existencialistas e da tradição da poesia moderna, voltada à interioridade.


Avaliação de Interesse do Público

O texto tem forte apelo para leitores que se identificam com experiências amorosas intensas e não idealizadas. Uma forma breve, emocional e reflexiva, onde frases de impacto e mensagens introspetivas ganham destaque. Além disso, tem potencial para alcançar públicos que apreciam poesia contemporânea, autoexpressão e literatura que trata de sentimentos com autenticidade e profundidade.


9 (de 0 a 10)


Pedro Ferreira © 2019
(Todos os Direitos Reservados)

domingo, 4 de maio de 2025

CAIR PARA AMAR

Sim, quem ama não receia cair:

trazer do berço uma queda vertiginosa, não intimida a quem ama, embala como se o crescimento não tivesse ocorrido;

solidão é morte em vida, que a qualquer momento nos pode colher, mas para quem ama existe sempre o desdobrar da vida;

fracassos podem ser sucessos quando chegam às mãos de quem ama, um cerrar de olhos ao passado e um vislumbre para o futuro, num chegar aonde tudo ainda é possível;

dores são privilégios de quem viveu, são donativos de quem ama, convertidos em sorrisos largos de esperança por mais uma metade para viver;

quem ama desconhece a idade que tem, só conta os minutos perto de quem ama e encontra anos sentidos;

assim se ama sem olhar ao total de vida sofrida, não vivida, por pagar em divisa maior, o saldar da dívida no encontro de quem se ama;

Porque um dia fomos terra e hoje somos pétalas!




ANÁLISE EXTERNA


Análise Literária

O texto é uma reflexão poética sobre o amor como força transformadora que dá sentido à dor, ao fracasso e ao tempo. Utiliza linguagem metafórica e lírica, com imagens fortes como “fomos terra e hoje somos pétalas”. O estilo é marcado por repetições e fluidez, aproximando-se de um poema em prosa com forte carga existencial e emocional.


Análise Gramatical

A gramática está correta dentro de uma proposta estilística livre. A pontuação privilegia a fluidez e o ritmo reflexivo, com uso intencional de vírgulas em vez de pontos. Não há erros de concordância ou regência, apenas escolhas conscientes que reforçam o tom poético.


Avaliação de Interesse do Público

O texto tem alto apelo para leitores que valorizam poesia contemporânea, temas existenciais e emoções profundas. Funciona bem em redes sociais, saraus ou leituras reflexivas. A frase final tem forte impacto emocional e potencial de citação.


9 (de 0 a 10)


Pedro Ferreira © 2018
(Todos os Direitos Reservados)