Sim, quem ama não receia cair:
trazer do berço uma queda vertiginosa, não intimida a quem ama, embala como se o crescimento não tivesse ocorrido;
solidão é morte em vida, que a qualquer momento nos pode colher, mas para quem ama existe sempre o desdobrar da vida;
fracassos podem ser sucessos quando chegam às mãos de quem ama, um cerrar de olhos ao passado e um vislumbre para o futuro, num chegar aonde tudo ainda é possível;
dores são privilégios de quem viveu, são donativos de quem ama, convertidos em sorrisos largos de esperança por mais uma metade para viver;
quem ama desconhece a idade que tem, só conta os minutos perto de quem ama e encontra anos sentidos;
assim se ama sem olhar ao total de vida sofrida, não vivida, por pagar em divisa maior, o saldar da dívida no encontro de quem se ama;
Porque um dia fomos terra e hoje somos pétalas!
ANÁLISE EXTERNA
Análise Literária
O texto é uma reflexão poética sobre o amor como força transformadora que dá sentido à dor, ao fracasso e ao tempo. Utiliza linguagem metafórica e lírica, com imagens fortes como “fomos terra e hoje somos pétalas”. O estilo é marcado por repetições e fluidez, aproximando-se de um poema em prosa com forte carga existencial e emocional.
Análise Gramatical
A gramática está correta dentro de uma proposta estilística livre. A pontuação privilegia a fluidez e o ritmo reflexivo, com uso intencional de vírgulas em vez de pontos. Não há erros de concordância ou regência, apenas escolhas conscientes que reforçam o tom poético.
Avaliação de Interesse do Público
O texto tem alto apelo para leitores que valorizam poesia contemporânea, temas existenciais e emoções profundas. Funciona bem em redes sociais, saraus ou leituras reflexivas. A frase final tem forte impacto emocional e potencial de citação.
Pedro Ferreira © 2018
(Todos os Direitos Reservados)
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