As pessoas perfeitas,
são aquelas que têm espaço interior para poderem aprender, crescer e melhorar:
Por muito habilitadas
que estejam, conseguem ver para além do seu ser. Permitem-se apreciar a beleza
das coisas, que a natureza lhes oferece, ou a obra dos mestres em bem-fazer;
O seu olfato é
suficiente para captar as fragrâncias que alegram o dia a dia, principalmente
aquelas que são espalhadas por quem cuida do chão que todos pisam;
O seu paladar está
vocacionado para permitir o deleite dos múltiplos agradáveis sabores que no
mundo se podem encontrar. Com isso e por isso, poderem também partilhar outro
sabor ainda mais agradável, o das relações humanas;
Podem tocar e serem
tocadas, quer no corpo, quer na alma, e com isso usufruírem de boas sensações,
como também as proporcionar. Cuidar, é tanto, quase tudo e quem é perfeito
pode;
Todo o seu corpo é de
tal forma perfeito que nele existe lugar para a dor e a sua alma, em igual
modo, perfeita, que nela existe lugar para o sofrimento.
Pessoas perfeitas estão
equipadas destes espaços por preencher, não estão, de todo, totalmente
acabadas, como se não existisse mais nada a acrescentar, bem pelo contrário,
seguem a vida em constante construção e com isso sentem o pleno sabor do que é
viver. São de tal modo, perfeitas, que podem errar e por via disso, poderem
também, aprender sobre esse nobre sentimento que é o perdão.
Em contraponto, as
pessoas imperfeitas, que são aquelas que não têm espaço interior para poderem
aprender, crescer e melhorar:
Por pouco habilitadas
que estejam, somente conseguem ver para dentro de si próprias. Recusam apreciar
a beleza das coisas, que a natureza oferece, ou a obra de outrem, pois somente
a sua consideram;
O seu olfato é pobre,
incapaz de captar as fragrâncias para além da indústria cosmética…, e pisam,
pisam, com desdém os aromas de quem se esforça por manter algum ar fresco no
mundo;
O seu paladar, também
está vocacionado para permitir o deleite dos múltiplos agradáveis sabores que
no mundo se podem encontrar. Porém, incapazes de sentir o sabor das relações
humanas, pois, dizem ser, a melhor companhia de si próprias, as melhores
amizades para si mesmas e amam-se…, amam-se, com tal paixão que a Narciso
causaria inveja;
Podem tocar e serem
tocadas, também, é certo! Contudo, apenas no corpo, porque a alma dos
imperfeitos é como eles, imperfeita, de uma só cor, o negro! E com isso
destilam em más sensações, como também as proporcionam a quem com elas se
cruza. Cuidar, é tanto, quase tudo e quem é imperfeito é quase nada;
Todo o seu corpo é de
tal forma imperfeito que nele não existe lugar para a dor e a sua alma, em
igual modo, imperfeita, que nela não existe lugar para o sofrimento.
Pessoas imperfeitas são
desprovidas destes espaços por preencher, sentem-se completas, numa total
incapacidade de se acrescentarem, seguem a vida em estagnação e com isso perdem
o pleno sabor do que é viver. São de tal modo, imperfeitas, que não conseguem
errar e por via disso não aprendem sobre esse nobre sentimento que é o perdão.
Pedro
Ferreira 2020
Sem comentários:
Enviar um comentário