Todos aqueles que pensam por si, têm ideias próprias,
convicções, que acreditam somente naquilo que lhes faz sentido, não pactuam com
as correntes que tudo aceitam ao sabor das modas, não são filiados, não são
partidários, nem integram grupos, nos tempos que correm, estas são consideradas
pessoas incomodas, logo tornam-se numa espécie de alvo a abater:
Ter fé numa determinada crença religiosa tornou-se uma
ofensa para as demais, assim como parece que está socialmente implícito, que para
quem pauta a sua conduta social por determinados valores morais, portanto, não
se revendo em práticas e orientações religiosas que colidam com esses valores,
será conotado com a intolerância religiosa. Não alinhar a vida pelas filosofias
orientais, aceitando-as como a pura espiritualidade, também hoje em dia não é
bem-visto, sendo, quem não segue por esse caminho, empurrando para um cemitério
de ideias;
Ser-se heterossexual começa a ser complicado, tornou-se
aos olhos de muitos pseudo vanguardistas uma espécie de orientação sexual estranha antinatura, pois estes últimos lá vão informando os primeiros que existem
estudos que “comprovam” que nascemos todos homossexuais! Daí à estigmatização
dos heterossexuais será um passo muito curto, antevendo-se tempos efetivamente
muito difíceis para quem não alinha noutras tendências mais modernas;
Se alguém se identificar com um dos dois géneros tradicionais,
porque se nasceu macho se sente masculino e se nasceu fêmea se sente feminino,
começa a correr sérios riscos de ser apelidado de retrogrado, homofóbico e
afins. O não alinhar na complexidade forçada de se encontrar muitas explicações
para o simples, natural e óbvio, passou a ser considerado um atestado de ignorância,
pois o mais correto para as novas correntes de pensamento é o infindável
caminho da subjetividade onde qualquer pessoa simples, efetivamente, tem tudo
para não se sentir à vontade;
Aquilo que até hoje, nos países ditos civilizados, é
considerado crime, como a pedofilia, - uma aberração, ainda dizem – poderá, ao
abrigo de tantos destes pensamentos, vir a tornar-se bem-aceite e uma prática
corrente. Mas enquanto tal não acontece, por ora, o motivo de preocupação para
aqueles que pensam de forma mais tradicional passa por coisas como assistirem
impotentes à decisão de um menor em relação à sua condição de género, quando em
quase tudo o resto, menos determinante e decisivo para o seu futuro, estão
legalmente condicionados. E quem contra este tipo de coisas lutar,
evidentemente será carimbado de todo o tipo de rotulagem nada abonatória;
Se alguém defender a instituição casamento sujeita-se
à chacota em público, numa espécie e massa humana a uma só voz tentando
combater aquilo que consideram como uma praga, olhando para esse alguém como um condenado, vítima de uma espécie de doença letal. Pior será para quem defende
ideias que não consinta na supremacia de um género sobre o outro, ou seja, se
não defender os homens é feminista, mas se defender é machista, palavras que não são antónimos;
Se se criticar o capitalismo desenfreado de países
comunistas como a China, é-se conotado com a extrema-direita, mas se se
criticar a arrogância capitalista de países ditos democráticos como os EUA,
é-se conotado com a extrema-esquerda. Não tomar partidos, nem defender acerrimamente
uma ideologia política, nesta mesma sociedade de hoje, é sinal de que não se sabe
o que se quer. Parece que a liberdade começa e acaba somente dentro de uma
opção partidária, para além disso é sentido proibido;
Não participar no Carnaval ou no Halloween tornou-se
criticável aos olhos de uma grande parte das pessoas autointituladas de muito
modernas, as mesmas que obrigam menores a tais hábitos considerando que esse é
o caminho da felicidade, ou seja, há que gozar a vida ao máximo desde tenra idade, pois ela é curta, sendo que, incutem ainda nos inocentes, a ideia errada
que as outras crianças não participam porque os pais não têm tempo ou dinheiro
para os mascararem a rigor;
Quem não opta por viver sozinho é visto como um
condenado à infelicidade, pois convencionaram este “modernos” que só existe uma opção feliz para a
coabitação, o “mais vale só que mal acompanhado”, enquanto os outros, os que
optam pela outra solução, o “acompanhado e bem” são vistos como utópicos, anulando-lhes
uma das mais puras essências da espécie humana, o facto de ser gregária,
querendo incutir-se na sociedade a ideia que o homem é uma espécie idêntica ao
urso ou ao tigre, que vive isolado, e que somente procura os da sua espécie
para matar ou acasalar;
No fundo, todo aquele que ama o próximo, zela pelos
valores da vida, gosta da simplicidade das coisas, encara a natureza como ela
é, e perante a grandeza dos fenómenos naturais é humilde, não complica, nem
quer ir mais além do que vale a pena, aceita as coisas como elas são quando
imutáveis, é alguém que não pode sentir outra coisa senão algo como uma
arma permanentemente apontada à cabeça!
Pedro Ferreira 2016
(Todos os Direitos Reservados, Registo de Obra n.º 2629/2017)
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