Rasgos de um
céu negro de noite, separando o que era do que não será, envolvem o momento em
que se fere de um beijo só todo o corpo rendido, cansado, adormecido pelo tempo
não vivido, apenas sofrido.
Vai dessa
fenda ainda cair muita água vertida pelos olhos que não conseguem ver para além
desse momento, aquele que marca o início do não retorno.
Caminhos
sonhados, que este negro céu apaga e que o dia seguinte não será capaz de
encontrar luz forte o suficiente para uma só pegada revelar.
Uma poeira
que no dia anterior se levantou pintando de negro este céu, que entretanto aqui
rasguei para essas mesmas lágrimas não ficarem contidas, uma chuva de
arrependimentos que humedecerão um novo caminho que se espera fértil, onde
nascerão plantas no lugar desse pó.
Pedro Ferreira © 2016
(Todos os Direitos Reservados, Registo de Obra n.º 2629/2017)
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