É significativo quando uma criança ultrapassa a fase de a tudo responder apenas com sim ou com não.
Provavelmente, o momento em que começa a denotar os primeiros sinais de maturidade, elaborando respostas mais conseguidas, indicador de uma criança que já passou a desenvolver um raciocínio próprio e a saber explicá-lo.
Porém, mesmo em idade adulta, é comum encontrar-se respostas tão redutoras quanto um "sim porque sim" ou um "não porque não", ou um "é porque é" e outras, curiosamente, da autoria de quem, por norma, se considera autoconfiante em relação às convicções que tem.
Por outro lado, quem sente a necessidade de argumentar com o facto de se lhe reservar o direito de não revelar o que pensa para justificar tais respostas tão redutoras, não pensa nada, apenas debita palavras só porque sim, na medida em que quem realmente pensa ou o diz, ou não anuncia o que não diz.
Pensar um pouco antes de falar é fundamental, antes de escrever ainda mais, porque o dito não volta atrás e dar o dito por não dito é a tal “emenda pior que o soneto”, sendo que o mais sensato, que seria reconhecer que se disse um disparate, isso, geralmente está completamente for de questão para pessoas tão autoconfiantes.
Amarrar a mente a pensamentos formatados será sempre uma opção de cada individuo, porém, o tempo passa e a idade avança, sendo, portanto, muito frequente em idades ditas como adultas e até já significativamente avançadas, encontrar quem ainda se quede pelo “sim por que sim” ou pelo “não porque não” e afins, o que será o mesmo que dizer, por outras palavras, que as coisas são da forma que essas pessoas decidiram, mas não como efetivamente o são.
Uma espécie de teimosia com o exclusivo propósito de negar o conhecimento, ou se se preferir, uma clara opção pela ignorância.
Pedro Ferreira © 2016
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