já faz algum tempo, uns bons anos!
Foi quando olhei à minha volta e apercebi-me que estava rodeado de poucas pessoas, todas elas com um denominador comum, o bom carácter.
Depois, olhei para longe e reparei que era observado por muitas outras, estas últimas, igualmente, com algo em comum, o mau carácter.
Daí em diante, sempre que olhei à minha volta nada mudou, mas quando olhei para longe, encontrei uma ligeira diferença, é que não só vi as mesmas pessoas de mau carácter, como ainda quem as rodeia.
Nem todas as pessoas têm interesse em crescerem emocionalmente, preferirão para sempre a quantidade. São imensas e aparecem em grandes grupos, geralmente com uma aparente encantadora liderança à frente, mas que, na verdade, não passa de uma criatura manipuladora, com uma baixa autoestima que precisa de público para a tentar erguer.
À semelhança das pedras-preciosas, quem vale a pena ter por perto são as pessoas desagrupadas, raras e dispersas, cujo brilho é natural, não carenciado de holofotes. Em contraponto devem ser mantidas à máxima distância possível as que são fáceis de encontrar como o cascalho que se amontoa em qualquer canto, cuja opacidade não nos permite distinguir umas das outras.
Carências afetivas são o grande mal da humanidade, também o ouvi dizer há muito tempo e aceitei como certo. E são essas mesmas carências que conduzem muitas pessoas incautas até esses amontoados na esperança de suprimirem tais carências, iludidas pela ideia de que uma carência compensa a outra, quando, na verdade, quantas mais carências se juntarem maior é a carência, na medida em que numa multidão em que ninguém tem nada para dar, ninguém recebe.
Viver na solidão não é bom, somos seres gregários, mas como tudo na vida, a sensatez reside na moderação, sendo que ter muitas pessoas por perto ou ninguém, são males feitos da mesma massa, apenas os diferencia a quantidade.
Cresci e
hoje sei ver ao perto e ao longe, mas o olhar que mais nos ensina é aquele que
recebemos, tanto de perto como de longe. Trazem até nós a diferença entre o bem
e o mal e ninguém aprende com o que já conhece, apenas com o que está para
conhecer.
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