terça-feira, 9 de janeiro de 2018

TEMPUS RETROCEDIDOS

Crenças do passado vistas à luz dos dias de hoje, uma nova roupagem de acordo com a moda e a sede de se encontrarem explicações para os acontecimentos da vida, muito para além da simplicidade da mesma.

Falo-vos da busca ancestral que o homem tem vindo a fazer ao longo da sua história para que individualmente entenda qual o significado da sua passagem por este mundo. De Thoth, passando por muitos outros deuses e pensadores mais terrenos como Antoine Court de Gébelin, até Arthur Edward Waite, esteve sempre ao nosso dispor esta consulta com a garantia de alguma, quase total muitas das vezes, credibilidade.

Que de grandes maravilhas, feitos e obras é o homem capaz e que as capacidades da mente humana ainda estão muito aquém de serem totalmente conhecidas, já nós sabemos, mas nesta matéria mais ligada à predestinação, fico com a sensação que sempre existiu, e continuará a existir um bloqueio que impede de se atingir o facto, como se ficasse sempre a faltar uma peça de um puzzle que complete uma imagem real.

Parecem-me "ciências" esgotadas, cansadas por séculos e séculos de avanços e recuos em busca de um conhecimento que tarda em chegar, sempre trazendo como principal adversário a doutrina religiosa.

Esta ténue margem de manobra, ou a última peça deste puzzle, dá azo à liberdade de imaginação, e a necessidade de entender o não percetível, fazendo o homem acreditar que existe uma explicação para tudo, e que algures encontraremos alguém que por A + B nos diz de onde viemos e para onde vamos.

À moda de outros tempos, ou à de sempre, regressamos em força neste século, talvez fruto dos receios por um futuro da humanidade que não se avizinha muito pacífico, tudo isto até novo abrandamento, quiçá num renascer da humanidade pós caos, onde todas essas crenças se tornem em meras crendices, pois as restantes peças deste puzzle não poderão esperara eternamente pela peça que falta e só lhes restará desmobilizar, retrocedendo ao seu estado natural, os limites da mente humana, onde apenas existe um amplo vazio de conhecimento que jamais será preenchido, pois esse somente a Deus pertence.




Pedro Ferreira © 2015
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