Então, porque os casais podem dar-se
tão mal?
Imaginem uma mesa, por exemplo,
ou qualquer outra estrutura assente em quatro pilares, e afiram se a mesma se
poderá eventualmente aguentar em pé, caso seja amputada de uma das suas pernas?!
Dificilmente! Na melhor das hipóteses ficará desequilibrada mesmo que encostada
a uma parede, logo não nas condições ideais de se manter como estrutura estável
e segura.
Assim, também acontece com as
relações interpessoais, nomeadamente com os casais, tantas vezes a estrutura
base de uma família, mesmo que esta ideia que vos quero apresentar possa ser
aplicável a qualquer outro tipo de relação, entre pais e filhos, por exemplo.
Ora então, e se a cada um desses
pilares de sustentabilidade da relação dermos um nome?! Que tal: Respeito;
admiração; comunicação; e afetos? E porquê estes?!
Passo então a explicar: esta
estrutura a que estou a referir-me como sendo uma relação entre os dois membros
de um casal, apenas se poderá aguentar saudavelmente em pé caso reúna estas
quatro condições em pleno, dentro das quais se enquadram muitas outras, como
por exemplo, a fidelidade e a confiança, no campo do respeito. Caso tal não se
garanta, bastando para o efeito a quebra ou fragilidade de um desses quatro
pilares, eis que acontece, tal e qual, como o efeito da mesa de perna quebrada,
fica insegura, instável e acaba por cair;
Claro está, que esta estrutura deverá
ter uma base a que designo de “base sentimental”, uma espécie de chão aonde
hipoteticamente assenta a mesma mesa, que terá de ser suficientemente sólida,
nunca pantanosa, pois nesse último caso não haverá estrutura que por lá se
aguente. Mas vamos partir sempre desse pressuposto, que entre ambos existe
partilha equivalente de sentimentos sobre a qual se pode edificar a maior e
mais sólida estrutura;
Assim que edificada, caso um dos
pilares seja abalado, já sabemos o que provavelmente poderá acontecer, e para
melhor o exemplificar, pegarei no assunto infidelidade, tão banal infelizmente,
e que acaba por ser um rude golpe no departamento referente ao respeito. Daí, à
perda de admiração por parte da vítima de infidelidade para com o outro, é um
passo muito curto, ou seja, já vão duas fortes pancadas em dois diferentes
pilares da mesma estrutura, que para se desmoronar de vez, só fica a faltar, o
habitual nestes casos, ou seja, entre ambos o diálogo fica difícil, e logo o
pilar da comunicação é fortemente afetado também, restando apenas o dos afetos,
que inevitavelmente nos deixa a clara ideia da falta de ambiente gerado nestas
condições para que possam ser partilhados, e assim cai toda a estrutura de vez
por terra, completamente amputada e sem qualquer pilar de sustentabilidade;
Claro está, e aqui recordo-vos a
ideia de “base sentimental”, que caso esse “chão” seja efetivamente sólido,
sentimentos puros e inequívocos, quem sabe outra estrutura possa ser levantada?!
Provavelmente muito diferente da anterior por motivos óbvios: ora reforçada;
ora modesta. Não vejo outra hipótese para além destas duas. Mas penso que,
independentemente da forma que possa vir a tomar, nessas condições onde há amor
valerá sempre a pena tentar de novo.
Atendendo a esta forma simples de
explicar estas coisas, que em muito devo a uma estimada Amiga, Maria Bjorn,
especialista no entendimento da mente humana, a quem fui beber parte do
fundamento desta ideia que aqui vos deixo, penso que é fácil de se, olhando
cada um de nós para trás neste preciso momento, perceber melhor o que a páginas
tantas falhou. Qual no fundo foi o pilar que levou a primeira pancada, pois
tanto faz, seja ele qual for, a estrutura não se aguentaria jamais.
Agora, cabe bem aqui um apelo,
para que antes de se produzir o dano, que se reflita bem nas consequências do
mesmo, pois a cadeia de desmoronamento começa exatamente nesse momento, e não
vale a pena tentar culpar o outro pela sua legítima reação de desalento perante
a pancada que sofre uma estrutura em que tanto de si apostou, porque na verdade
os precedentes são uma chatice nestes casos, e quando abertos jamais adiante
poderemos reclamar o que quer que seja.
Pedro Ferreira 2018
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